sábado, 22 de dezembro de 2012

FELIZ NATAL

Imagem cortesia site popa.com.br

Pessoal,

Mais um ano vai se aproximando do fim e é tempo de refletirmos sobre tudo o que se passou em 2012. Aquilo que fizemos de bom e aquilo que poderíamos ter feito melhor. É hora de lembrarmos dos momentos bons que passamos e também é hora de aproveitarmos o motivo "virada do ano" para deixarmos para trás os momentos difíceis, afinal, o que passou, passou. Enfim, como recomenda meu amigo da Classe Ranger 22, Jonatas Gonçalves, "SEJAM SIMPLESMENTE FELIZES!!!"

O Natal, mais do que uma data festiva e de louvor a Deus (para aqueles mais religiosos), é também a oportunidade de buscarmos ajudar aqueles que de alguma coisa precisam, nem que seja somente apoio e carinho.

É com esse espírito que a família MYSTIC deseja a todos um Natal repleto de alegrias e de muita paz em todos os corações. Desejamos que a vida seja menos dura para os mais necessitados e que o vento sopre verdadeiramente a favor de todos nós.

FELIZ NATAL!!!

Lauro, Renata & Gustavo
Veleiro MYSTIC

domingo, 9 de dezembro de 2012

UM DIA NO CLUBE

Nesse final de semana estávamos inscritos para participar do FestVela - uma regata comemorativa que partiu das proximidades da Ilha do Cedro, a meio caminho de Paraty, com chegada na Ilha do Sabacú e destino final o Iate Clube de Angra dos Reis, onde estava sendo oferecida uma feijoada aos participantes.
 
Acabou que não participamos, nem da regata, muito menos da feijoada, por uma série de motivos. Não consegui, aos 45 min do 2º tempo, montar uma logística para levar o barco pro local da largada. Decidimos, então, ir direto para a feijoada, mas chegamos à Angra no sábado, somente na hora do almoço - um tanto tarde para partir para o ICAR. Havia, também, a previsão de chegada de uma frente fria, trazendo fortes ventos e chuva, então julgamos mais prudente ficar curtindo o clube mesmo e retornar pra casa mais cedo.
 
Escrevo agora essas mal pensadas linhas no conforto da minha casa, com uma intensa garoa caindo lá fora.
 
Não posso reclamar do final de semana, pois aproveitamos bastante o clube ontem. Tive o prazer de encontrar meu amigo Marcelo Nunes (veleiro Delirante) e sua família, com quem batemos um longo papo, entre uma cerveja e outra. Meu filhote curtiu a piscina até sua mãozinha ficar parecendo um maracujá e, claro, aproveitei pra dar uma ligada no motor do MYSTIC, abastecê-lo e jogar uma água no convés.
 
O Natal se aproxima e esse mês é complicado para visitarmos o MYSTIC, mas espero em breve partir para um nova aventura a bordo.

Até lá.


terça-feira, 30 de outubro de 2012

VELEJANDO PARA O SACO DO CÉU

Olá Pessoal,

Ainda sobre o final de semana em que o MYSTIC foi pela primeira vez ao Saco do Céu, preparei um vídeo da nossa velejada.

Espero que gostem!!!

Bons Ventos!!!

 
 
 

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

NOVOS EQUIPAMENTOS

Aproveitei que estou de férias e fui à Angra no meio de semana para dar um trato no MYSTIC e instalar novos equipamentos.

Na verdade, não consegui realizar a faina toda, pois a lista de afazeres é bem grande. Não consegui sequer lavar o barco, pois perdi praticamente o dia inteiro para instalar uma placa solar.

Nunca tivemos problemas de falta de energia a bordo, mas eu sempre ficava incomodado com isso e fatalmente ficava controlando com punho de ferro o consumo. Agora com uma placa solar carregando a bateria, posso relaxar um pouco mais.

O equipamento instalado é uma placa Komaes KM20, de 20 watts que me fornece, em média, 5A por dia. No conjunto, também foi instalado um controlador de carga Phocos, modelo CML20, com capacidade para administrar uma carga de até 20A.

Aproveitei e instalei uma tomada no painel do barco, dessas de acendedor de cigarro em automóveis. A tomada que havia no painel era de um modelo completamente ultrapassado e que não tinha qualquer serventia. Agora, posso, dentre muitas outras utilizações, ligar o DVD Player para o Gustavo ficar assistindo aos filminhos dele.

 



Bateria com carga alta (luz amarela) e a placa mandando carga (luz verde)

Painel com a tomada antiga

Nova tomada, no estilo acendedor de carro

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

UM FINAL DE SEMANA QUASE PERFEITO


Fazia mais de 1 mês que o MYSTIC não recebia a nossa visita e isso vinha me incomodando, afinal, o que estraga um barco não é o seu uso e sim, a falta dele. Os compromissos intermináveis de uma família que tem um filho pequeno acabam dificultando um pouco nossas idas à Angra.

 
Nesse final de semana tínhamos um evento da creche do Gustavo e o tempo também estava meio "engonhado". Isso estava me deixando desanimado para viajar, mas o Ulisses (veleiro Coronado) - meu parceiro de sempre, botou uma pilha para um encontro do MYSTIC com o Coronado em alguma enseada da Ilha Grande e, também sentindo que a galera da creche estava meio desanimada para o tal evento, não foi difícil decidir partir pra Angra.

Nas últimas vezes em que fomos pra Angra dos Reis, nosso destino foi o Sítio Forte - ou pro Bar do Lelé, ou para a praia ao lado (Tapera), para o Bar da Telma. Além de ser a parte da Ilha Grande que eu mais gosto, definitivamente nos é o mais prático, em termos de logística para o nosso pequeno. Apesar dessa praticidade toda, eu já estava incomodado com a possibilidade de visitar tantas outras enseadas que a Ilha nos oferece e nós sempre rumando para o Sítio Forte. Decidimos então, dessa vez, visitar o Bar do Cadiquinho, com sua excelente culinária, localização intimamente ligada à natureza (fica dentro de um mangue) e o ambiente acolhedor à comunidade velejadora. Sendo assim, a proa do MYSTIC apontaria mais para SE, com destino ao Saco do Céu.

 
Já em Angra, após o tradicional ritual, de chegar ao clube, dar almoço pro Gustavo e preparar o barco, icei as velas para zarpar. Ao abrir a capa da mestra, para minha surpresa, dois ninhos de passarinho - um deles com dois ovinhos cairam no convés do MYSTIC. Os ovos não se quebraram, mas o estrago já estava feito: eu havia tirado o ninho de um ponto que não percebi e mexi nos ovinhos. Naquele momento fiquei muito triste em destruir duas pequenas vidas. Precisou a Renata me chamar à razão e me lembrar que esta é a ordem natural da vida. Que algumas vidas se perdem e outras florescem. Que poderia ser algum predador roubando violentamente os ovos da mamãe passarinho ou coisa pior. Engoli a tristeza e ofereci aquelas pequenas vidas ao mar.

Partimos do clube com a mestra rizada e a genoa 100%, pois o Ulisses havia ligado avisando que ventava um W acima de 15 nós no canal entre a Ponta Leste e a Ilha dos Macacos. Como estava com o Gustavo a bordo e tocando o barco sozinho (a Renata fica full time de olho nele e estava sem o Jarbas - nosso piloto autoático), essa foi a providência mais prudente que tomei.

Ao sair da baía do Porto de Angra, medi um vento de 16,4 knots. Como ele entrava de alheta nas velas do MYSTIC, icei completamente a mestra e segui viagem. Mesmo com os panos todos em cima,  o barco permanecia estável, mas seu desempenho estava pífio, por causa das cracas no casco, além de estarmos rebocando um botinho. Devido ao adiantado da hora e o desejo de não chegar de noite no Saco do Céu, liguei o motor em marcha lenta para ajudar o velejo.

Ilha Saracura
Quase na Ponta Leste, em frente à Ilha Saracura, encontramos o Coronado e seguimos lado a lado, tirando fotos e filmando nossos barcos. Foi uma velejada gostosa, com um clima bastante agradável. Adentramos o Saco do Céu com a tarde caindo e cada um pegou uma poita em frente à foz de um riacho, onde um pouco acima fica o restaurante do Cadiquinho.

Imediatamente surgiu um bote de fibra para nos buscar, direto das entranhas do mangue. O traslado para o retaurante foi um passeio a parte, onde avistamos pequenos caranguejos e algumas aves. O legal foi perceber a preocupação do Cadiquinho com a preservação daquela área. O piloto manobrava o barco com cuidado e vi algumas placas avisando que ali era área de preservação.


O mangue, visto da mesa do restaurante do Cadiquinho

Já no restaurante, enquanto o Gustavo corria pra lá e pra cá, tivemos a companhia do Cadiquinho em nossa mesa e, entre uma cerveja e outra, nos deliciamos com um polvo ao vinagrete ofertado pela casa. Nosso almojanta foi uma bela moqueca que, como sempre, estava uma delícia.

Fim de noite no cockpit do MYSTIC
Mais tarde, após um papo pra lá de animado, voltamos nós e a turma do Coronado para o MYSTIC onde ainda estendemos nossa conversa até mais tarde, quando o sono já falava alto. Fomos dormir ao som de uma leve chuva que caiu durante a noite e que ajudou a refrescar o calor que mesmo de noite, não diminuia.


O domingo amanheceu ensolarado e sem vento. Logo após o café da manhã oferecido a bordo do MYSTIC, pulei na água com meu pequeno e pela primeira vez em nossas vidas, nadamos juntos e brincamos no mar, com o Gustavo completamente solto. Esses momentos são uma dádiva de Deus. Como se não bastasse a alegria de ter um filho como o que tenho, tê-lo brincando comigo no ambiente que mais gosto (o mar) e ao lado do meu barco, é impagável!!!



Momento impagável

Após o lazer, ainda aproveitei a ajuda do Ulisses e raspamos o fundo do MYSTIC, que não tinha cracas, mas estava cheio de uma vegetação meio esponjosa e que saía facilmente com a espátula.

Deixamoso Saco do Céu a motor, com o céu ficando um pouco nublado e uma leve brisa de E/SE soprando. O Coronado tomou seu caminho de casa, rumo ao Portogalo e nós, próximo do TBIG (Terminal da Petrobras na Ponta Leste), cortamos máquina e velejamos de asa de pombo até a entrada do Porto de Angra, quando iniciei a faina de guardar tudo para não perder tempo na poita com arrumação.



Velejando de volta pra casa

Tão logo amarrei o MYSTIC em sua poita, as mamães passarinhos começaram a sobrevoar a retranca do barco em busca de seus ninhos. Uma até tentou entrar por dentro da capa, mas nossa presença a espantou. Confesso que meus olhos marejados e olhava pro Gustavo e pensava no amor que sinto por ele...

Mais um final de semana se acabava, porém as boas recordações e as emoções que vivi ainda durarão mais um tempo para se apagarem. Talvez o tempo suficiente para voltarmos para aquele paraíso e vivermos nossa aventura a bordo do MYSTIC.

Até a próxima!!!

Ulisses, filmando e fotografando o MYSTIC


MYSTIC e Coronado, nas poitas do restaurante do Cadiquinho


MYSTIC, no Saco do Céu


Desde perqueno, se divertindo dentro de barco


Pico do Papagaio, visto de outro ângulo


Comandante, curtindo a velejada

domingo, 30 de setembro de 2012

DIA DE AJUDAR OS AMIGOS

No último sábado, atendi uma convocação do meu amigo Ulisses e uni o útil ao agradável: fomos levar seu veleiro - o Coronado, do Portogalo para a Marina Verolme, onde o barco foi docado para pintura de fundo e polimento do costado.

Para a empreitada, além do comandante Ulisses e eu, foram escalados nosso amigo Luciano Guerra - nativo da Ilha Grande e comandante do veleiro Araiti e o Chico, da Metalúrgica FOCH - já que também pretendíamos tirar o leme para trocar as buchas do eixo e não há ninguém mais qualificado que o Chico pra isso. A Marcela (esposa do Ulisses) também fez parte da trip, porém, responsável pelo apoio em terra, ou seja, ela nos deixou em Portogalo e foi de carro nos buscar na Verolme.

Acompanhe como foi a faina através da narração das fotos abaixo:


Saímos de Niterói às 6h30 para chegarmos cedo em Portogalo e logo zarparmos rumo ao Verolme. Na foto acima, o Coronado em sua vaga no Pier. Note as algas no leme do barco.

Chico esperando para embarcar

Mal safamos o enrocamento de entrada do Portogalo, tratamos logo de içar as velas, pois o dia lindo e o vento generoso que já soprava aquela hora da manhã nos convidava para uma velejada inesquecível.

Ulisses e Chico. Essa dupla tem muito história pra contar! (rs)

Vento E de 15 nós e excelente clima a bordo. Não há nada melhor do que uma velejada entre amigos! Na foto acima, Luciano a BE, eu no leme e o Chico a BB. Aproveitei a velejada e levei meu tablet, para testar o Navionics - um aplicativo que certamente vai substituir os chartploters nos barcos. Nele verificamos uma velocidade média acima de 6 nós (com casco sujo).



Pouco mais de 1 hora depois de zarparmos de Portogalo, chegamos à Marina Verolme.

O Coronado, já atracado ao pier da Marina Verolme, aguardando a maré encher para iniciarmos a faina de retirada do barco da água. Não sei quanto o Ulisses está pagando por essa brincadeira, mas nesse momento percebi a alta qualidade no atendimento da Marina.

O Coronado já fora d'água, sendo levado pelo travel lift para a área de reparos da Marina. Lembra da primeira foto (acima), com o leme todo cheio de algas etc? Nada como uma boa velejada, acima dos 6 nós para dar uma limpada parcial no casco! (rs)

Realmente, a estrutura da Marina é muito boa! Com o travel lift não é preciso, sequer, tirar o back stay do barco e seu transporte é feito com muita segurança e sem solavancos por corredores largos, num ambiente limpo e organizado.

O Coronado pesa exatas 4 toneladas (sem o Ulisses a bordo - rs)

Outro detalhe digno de registro: O barco só foi liberado para início do serviço por volta de 15h30 do sábado. Quando a maioria dos profissionais já estariam dando alguma desculpa pra irem embora e deixarem o início das atividades para 2ª feira, a turma do André (profissional contratado para o serviço) caiu pesado no trabalho, para adiantar ao máximo a estadia do barco em seco.

Enquanto o pessoal já raspava e lavava o fundo do Coronado, o Ulisses e o Chico subiram a bordo para soltarem o leme, enquanto eu e o Luciano... bem, alguém tinha que ficar de stand by se precisassem de alguma ajuda extra. (rs)

Não é fácil ser esposa de velejador fissurado. A Marcela merece um prêmio!!!



É isso aí, pessoal!!! Depois eu posto as fotos do final da "operação".

Aliás, essa aventura também pode ser acompanhada no próprio Blog do Coronado.

www.aventurasdocoronado.blogspot.com.br



quarta-feira, 8 de agosto de 2012

DE VOLTA À TAPERA


Olá pessoal!


Final de semana passado foi de passeio em Angra.

O amigo leitor deve até achar a história meio monótona, já que partimos do clube (ARMC) e acabamos indo novamente para o Sítio Forte. Só que desta vez fomos para outra praia, dentro daquela mesma enseada: a da Tapera, onde fica o Bar da Telma. A história é legal e com retoques de agitação. Leia até o final que você não vai se arrepender. (rs)

A semana cansativa, com muito (muito mesmo) trabalho, pedia um finalzinho de semana no paraíso sem muitos afazeres. O que eu queria mesmo era descanso e poder nadar com meu filhote nas águas calmas da Ilha Grande. Fazia mais de 1 mês que não visitávamos o barco em Angra, pois este é um período do ano em que temos uma série de compromissos e os passeios acabam ficando em segundo plano. Havíamos combinado com nossos parceiros de sempre - o Ulisses e a Marcela, do veleiro Coronado, de irmos para o Saco do Céu, onde encontraríamos com o Luciano (veleiro Araiti), no restaurante do seu tio, Cadiquinho. Conversando com outro amigo, o Mario Grillo, do veleiro Taormina, soube que ele estaria levando seu barco para Angra na 6ª feira e que passaria uns dias passeando pela região. Não combinamos nada de específico, a não ser da possibilidade de nos encontrarmos em algum destino. 

A já tradicional foto do Mystic chegando ao Sítio Forte,
com a Praia da Tapera ao fundo
A semana foi transcorrendo e, acompanhando a evolução da previsão do tempo para o final de semana, constatei a chegada de uma frente no domingo de tarde. O percurso de ida do ARMC para o Saco do Céu é uma velejada para E, passando por um estreito formado pelo continente e a Ilha dos Macacos. Com a volta programada mais ou menos para o mesmo período da chegada da frente fria, sabia que naquela passagem poderia pegar o SW da frente canalizado e pela proa, o que deixaria o retorno do passeio arriscado e cansativo. Conversando com o pessoal, acabamos decidindo ir para o Sítio Forte mesmo, pois meu retorno (e do Mário) para o clube seria com vento de alheta e o Ulisses e o Luciano retornariam com vento de popa.

Almoço a bordo
Como sempre, chegamos eu, minha esposa e nosso pequeno, sábado no ARMC, próximo à hora do almoço e, sem perder tempo, fomos logo para o barco. Arrumei rapidamente tudo, subi a mestra e zarpamos. Dessa vez, resolvemos não perder tempo almoçando no clube. A idéia era almoçar a bordo, durante a travessia. Para o cardápio teríamos panquecas de carne (dessas que se compra pronta) pra mim e pra Renata e papinha de estrogonofe para o Gustavo. Foi a primeira vez que testamos o forno do Mystic.

Saímos com um belíssimo sol e temperatura extremamente agradável. O vento estava muito fraco de E, o que nos fez motorar durante toda a travessia. O Mário me ligou, avisando que já estava em Sítio Forte, almoçando no Bar do Lelé e combinamos de nos encontrar mais tarde no bar da Telma.. O Ulisses estava finalizando os preparativos para zarpar de sua base, em Portogalo e o Luciano, não consegui contato. Aliás, tentei durante todo o final de semana e não consegui encontrá-lo. Foi uma pena, pois fez falta no nosso encontro.

A galera, no Bar da Telma
O Bar da Telma (que na verdade chama-se Recanto dos Maias) não tem a infra-estrutura do Bar do Lelé, por exemplo, mas considero um lugar muito mais aprazível, menos cheio e mais frequentado por velejadores, além de um atendimento quase familiar, com comida deliciosa. Pra quem puder ir lá um dia, não deixe de pedir uma Lula empanada e um Leite da Macaca - drink a base de coco e canela.

Passamos o resto da tarde e noite jogando conversa fora até que a bateria do pequenino acabou e o sono também nos tomou de assalto. Fui dormir logo, pois estava ansioso pelo dia seguinte para nadar com o Gustavinho.

O dia seguinte amanheceu com sol e uma leve e gelada brisa de SW. Fomos tomar café da manhã a bordo do Coronado e nos preparar para desembarcar na praia. Conversando com o Ulisses, ele comentou que na noite anterior havia um grande halo em volta da lua.

Café da manhã no Coronado
Nas palestras que já assisti sobre meteorologia, aquele seria um dos sinais da aproximação da frente. Infelizmente meu banho de mar com o Gustavo teve que ficar para uma outra oportunidade, pois o tempo começou a fechar, o vento parou e o clima ficou meio abafado - todos indicativos que o vento pré-frontal estava se aproximando. Resolvemos todos suspender e retornar para nossos clubes, antes que a frente chegasse.

Ajeitei o Mystic mais ou menos para poder tocar o barco com conforto e segurança, caso o vento entrasse e nos pegasse no meio do caminho. A verdade é que largamos a poita da Telma já sob as primeiras rajadas do pré-frontal. Tanto o Mystic quanto o Taormina partiram a motor, sem velas armadas e antes mesmo de sairmos da enseada do Sítio Forte, o SW já soprava vigoroso fazendo carneirinhos ali dentro como nunca tinha visto. O Mario optou por continuar motorando em seu retorno ao clube e eu, reduzi a marcha do motor para menos da metade (para continuar carregando a bateria) e abri uma "cuequinha" de genoa, de mais ou menos 1 metro. Com essa configuração, meu Fast 310 com fundo recheado de cracas (afinal, acabei não mergulhando, lembra?) andava mais ou menos o mesmo que o Delta 26 do meu amigo.

O vento já soprava forte e produzia borrifos, então resolvemos levar o Gustavo para dentro da cabine, mas alguns minutos depois, a Renata voltou com ele para o cockpit, ficando na entrada da cabine, pois achamos que ele ficou meio "murchinho", dando indícios que poderia estar mareando. Eu arriscaria dizer que o vento soprava acima dos 20 nós, com algumas rajadas beirando os 30. O mar levantou incomodamente e algumas marolas estavam estourando. No meio do caminho, já sem a proteção de qualquer ilhota, a combinação vento/ondas deixou a velejada bastante desconfortável, com o barco balançando muito e sacrificando bastante o leme. Procurei usar de toda minha experiência (que não é muita) para não forçar o governo do barco e surfar algumas ondinhas. Nosso anjinho, ao sabor de todo aquele turbilhão, pegou no sono, no aconchego do colo aquecido da mãe. Uma cena linda de ver.

Chegamos ao Clube no momento em que o vento praticamente parou, o que, pra nossa sorte, foi bom, pois facilitou bastante a aproximação e amarração do barco em sua poita. A parte ruim foi que, com o pré-frontal tendo passado, a chuva veio na sequência e nos pegou no exato momento em que deixávamos nosso querido Mystic no seu lar. Tirei meu casaco de tempo e o enrolei no pequenino e ainda abracei  mãe e filho, tentando protegê-los um pouco. Mesmo molhado, estava feliz, pois tudo correu bem e o barco aguentou firme e seguro as intempéries.

Agora é reagendar nosso passeio para o Saco do Céu, antes de fazer a travessia de volta à Niterói, onde pretendo realizar algumas manutenções no barquinho.

Até a próxima!

Desbravando novos cantos do barco

Bar da Telma
MYSTIC na Tapera

Não basta ser pai. Tem que participar

A Marcela é uma excelente cozinheira
O botinho surfava as marolas

Não faltou vento para o retorno ao clube

O vento levantou o mar

domingo, 8 de julho de 2012

[OFF TOPIC] RESPEITO É BOM E EU GOSTO

Como boa parte dos brasileiros, adoro esportes. Além da vela, amo o surfe (esporte que pratiquei intensamente por quase 18 anos), jogava uma pelada de vez em quando, um vôlei, gosto de assistir Fórmula 1 e aprecio as lutas de MMA.

Independente do esporte e do grau de competitividade de cada um, sempre julguei fundamentais a humildade e o fair play na disputa de qualquer competição. Na minha opinião, o jogo de nervos como estratégia para desestabilizar um adversário tem que ser praticado com muito cuidado e, principalmente, respeito.

Há 2 anos, um senhor norte americano chamado Chael Sonnen vem se valendo dessa estratégia de provocação para, primeiro, conseguir notoriedade suficiente para se credenciar a desafiante ao título de campeão dos pesos médios do UFC, já que considero duvidosas suas qualidades enquanto lutador de MMA. Segundo que um cara que já foi pego em exame antidoping, ou seja, é um drogado assumido, nunca deveria receber uma segunda chance num esporte que hoje adentra milhões de lares em todo o mundo (onde está o exemplo para as futuras gerações?) e, por fim, já que escolheu tal expediente como estratégia de luta, que pelo menos mantivesse o respeito e, mais, não envolvesse toda uma nação na sua estratégia doente de combate.

Bem, acho que o Sr. Sonnen perdeu um precioso tempo em que poderia estar treinando e estudando seu adversário - Anderson Silva, com ataques tresloucados, desreipetosos e descabidos. Deu no que deu! Sofreu uma derrota humilhante, com direito a ser finamente ridicularizado na entrevista concedida por nosso herói, Anderson Silva, ainda no octógono.

Obrigado Anderson! Você não defendeu somente seu título e sua honra. Você honrou todos os brasileiros que foram atacados por esse imbecil. E você fez da melhor maneira possível: dentro do ringue e de acordo com todas as regras, sem desrespeitar ninguém.

Essa noite vou dormir feliz!

Até a próxima.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

REGATA CHICO MENDES

Olá Pessoal!!!

Neste final de semana refizemos um passeio diferente. Para aqueles que não sabem, meu primeiro veleiro cabinado foi um Ranger 22 - comprado em sociedade com um amigo com o propósito de corrermos regatas. Sempre participamos ativamente das regatas da Classe Ranger, com especial interesse em algumas bastante tradicionais.

A Regata Chico Mendes é uma dessas especiais, por dois motivos: ela homenageia o saudoso Chico Mendes, velejador da Classe desde sempre, cartola e grande incentivador do esporte. O outro motivo é a programação diferente deste evento. A regata é disputada largando das proximidades do ICJG, na Ilha do Governador (um grande bairro do Rio de Janeiro), com chegada na bucólica Ilha de Paquetá, no fundo da Baía de Guanabara. Lá, na noite de sábado, após a regata, é realizado um Queijos & Vinhos de confraternização e em seguida podemos pernoitar a bordo de nossos barcos, na calma e segurança do Paquetá Iate Clube.

Dominus e Araiti, vistos de bordo do Taormina
Este ano, como estou com filho pequeno, deixamos de participar da regata e decidimos ir diretamente para a ilha. Vários amigos, rangeristas ou não, combinaram de se encontrar lá e a empolgação era grande. De Niterói, partiriam em comboio o DOMINUS (meu Ranger 22), o ARAITI (Velamar 31 do comandante Luciano Guerra) e o Delta 26, TAORMINA, do comandante Mário Grillo. Eu passei as últimas semanas preparando o barco, a fim de que nada desse errado, inclusive mandando limpar o carburador, troca de velas, revisão e regulagem do motor de popa do Ranger - um Mercury 8hp. Coloquei umas capas novas que havíamos encomendado para o estofamento do barco, fora a reforma da genoa, feita recentemente pelo Arnaldo, da Cognac Velas.

É... Não deu.
Muito bem, ... barco abastecido; todos a bordo; zarpamos do PCSF pouco antes das 13h, para uma travessia de aproximadamente 11 MN. Com pouco mais de 200 metros navegados, meu querido 8hp deu suas primeiras tossidas e 50 metros depois apagou. Experiente azarado que sou, não me abalei com o percalço, afinal haviam dois companheiros que poderiam me rebocar sem problemas. Meti a mão na cordinha e duas puxadas depois ele já estava empurrando o Dominus novamente, ainda que sob protestos, na forma de tossidas, engasgadas e perdas de aceleração. Eu, mais interessado na farra que meu pequeno tripulante fazia e nas fotos que estava fazendo, simplesmente ignorava aquele ser. "Se quiser reclamar, vai falar com o Murphy!!!" - pensava eu.

... mas "vamo que vamo"!!!

A passagem por baixo da Ponte Rio x Niterói marcou, aproximadamente, o meio da viagem e, também, a revolta definitiva do motor. Prontamente o Luciano jogou um cabo de reboque para mim e o Dominus completou sua travessia rebocado pelo Araiti.

O dia estava lindo e a Baía de Guanabara, a despeito de toda poluição, continua linda. Mas, conforme o Luciano muito bem apontou, o modelo de progresso escolhido pelo homem acabará com tudo isso num futuro não muito distante. Pra qualquer lugar da Baía que olhávamos, lá estavam os terminais portuários ou petrolíferos, os estaleiros, as plataformas tampando a visão do Pão de Açúcar e uma infinidade de navios de apoio a exploração de petróleo. Lamentável. Por outro lado, foi com uma alegria enorme que vimos alguns golfinhos passeando entre os monstros de aço.

O Pão de Açúcar (ao fundo), ofuscado pelo "progresso"
Chegamos a Paquetá próximo das 15h, cheios de fome. Fui recebido pelo amigo Marcial Ávila, a quem joguei o cabo de amarração e atraquei ao lado do seu Brasília 32, MIXUCA. O Marcial, sempre ele, ainda me recebeu com um copo de cerveja e assim, iniciei os "trabalhos" do final de semana. Sentamos em outra mesa e almoçamos duas travessas de risoto de frutos do mar e outras duas travessias de filé de peixe ao molho de camarão. Aos poucos o pessoal da regata e outros participantes foram chegando e a social foi crescendo na varanda do Paquetá Iate Clube.

Social de fim de tarde, enquanto aguardávamos o almoço

Algum tempo depois, o Filipe chegou com seu catamarã Praia 30 e fomos apresentados (nos conhecíamos somente pelos grupos do Yahoo). Vendo aquele figurão magrinho, lembrei logo do Luciano, catando alguém para subir no mastro do Araiti, para trocar (ou desengripar) a roldana da adriça da mestra. Se não aparecesse ninguém mais magrinho que meus 74kg (estou de dieta e já emagreci 7kg - quanto arrependimento!!! rs), já havia me comprometido a encarar a faina. Fomos lá e o Luciano:

- Quanto você pesa, Filipe?
- 76kg. - respondeu ele.

O resto da conversa não importa. Me ferrei. (rs)


Casa cheia, fartura e muita animação
A noite foi maravilhosa! Temperatura agradável e um farto Queijos e Vinhos com minha família e cercado por amigos! Como do salão até meu barco eu tinha certeza que não haveria nenhuma blitz de Lei Seca, nem seria necessário dirigir nada além de minhas finas canelas, a única coisa que ficou seca mesmo foram as garrafas de vinho. Ao final da festa eu nem estava tão ruim assim, mas uma desequilibrada na beira do cais foi a senha para meus algozes amigos sentenciarem que eu estava pior do que bambu verde em dia de ventania:

- Olha a rajada!!! Joga o ferro, Lauro!!! Escora Renata, que o comandante tá perdendo o leme!!!

Após uma boa noite de sono, acordei com a voz do Luciano do lado de fora do barco resmungando que eu ainda não havia acordado. Levantei bem, porém um pouco cansado - sinal que a noite foi divertida e que o vinho era de qualidade. Tomamos um ótimo café da manhã, patrocinado pelo Araiti, mas que foi servido na varanda do clube. Terminado aquele momento de prazer gastronômico, fui praticamente arrastado para bordo do Araiti, onde o Luciano, com a ajuda do Samuel Gonçalves e seu irmão - Jônatas, do R22 SET POINT¨, me vestiram uma cadeirinha de escalador e me içaram ao topo do mastro do Araiti. Só faltou o cara gritar lá de baixo que eu só sairia dali quando terminasse o dever.

O fato é que estava um sol de rachar e já fazia um calor considerável. Some-se a isso o esforço que fiz para escalar os 11 metros de mastro do Araiti, a bendita cadeirinha apertando meu estômago e estava traçado o ambiente que eu teria que trabalhar. Lá pelas tantas, comecei a sentir um pequeno enjôo. Olhei pra baixo e os três estavam ouvindo musiquinha, no maior papo animado. Gritei pro Luciano que não aguentaria ficar muito mais tempo lá em cima.

O lado bom de ter de subir no mastro é a paisagem que se vê lá de cima. Pena que não havia levado a máquina fotográfica. Olhando para o meu querido Ranger, ainda deu tempo de ver uma lancha manobrando para sair do cais e, claro, se enroscando no cabo da minha âncora. Devia ter reclamado, pois pior do que se embolar com o cabo do Dominus, o lancheiro, como lhe é peculiar, saiu acelerando tudo e as marolas sacudiram o Araiti freneticamente, turbinando meu enjôo.

Após trabalhar mais uns 10 minutos, não aguentei. Virei pra baixo e avisei:

- Luciaaaano!!! Meu enjôo tá piorand..... RAÚÚÚÚÚÚL!!! RAÚÚÚÚÚÚL!!!!!

Agora tô bem!!!
A cena foi cômica. Três marmanjos correndo do convés e quase se jogando no mar. O barco vizinho tentando fechar a gaiúta entre uma golfada e outra e lá se foi meu Queijos & Vinhos versão 2012 da Regata Chico Mendes. As pessoas na varanda olhando aquela cena incrédulas e a cara do Luciano após olhar o convés (e a cabine) do seu querido barco foi uma cena impagável. (rs)    Eu? Passou o enjôo e terminei o serviço tranquilamente, enquanto os caras limpavam a latrina que aquele barco se tornou.

Bem, passado o relato da brincadeira, é óbvio que fiquei sentido do estrago que causei. O Luciano é um cara muito legal e que sempre me ajuda (e muito) nas manutenções que sempre faço no MYSTIC (meu Fast 310). Eu queria muito retribuir tudo que ele já fez por mim, mas acho que aumentei minha dívida. DESCULPE LUCIANO!!!!!

Passado o episódio do mastro e após um banho revigorante. já era hora de retornar. A maioria dos barcos já haviam partido e ainda tínhamos 11 MN pela frente. As meninas foram a bordo do Ranger (por que será?) e eu fui com o Luciano a bordo do Araiti. O barco já estava limpinho e cheiroso e retornamos ao som de Metallica, dando gargalhadas do final de semana que passamos juntos.

Estamos programando nosso próximo passeio para o Saco do Céu, na Ilha Grande, assim que o Araiti retornar para sua casa, na Vila do Abraão.

Até lá!!!!
Araiti saindo de Niterói

Taormina, do comandante Mario Grillo


Tripulante
Relógio da Mesbla. Marco de chegada de Paquetá 

Os barcos no Paquetá Iate Clube

A turma de Niterói, com uniforme do Araiti

Café da manhã