sábado, 15 de junho de 2013

HOTEL 5 ESTRELAS

Final da semana passada foi de folga nas atividades no MYSTIC. Fomos pra Angra curtir um passeio a bordo do Caulimaram, do meu amigo de sempre, Ulisses e sua esposa, Marcela.

O Caulimaram
No início do ano, o Ulisses trocou seu Velamar 33 - o Coronado por um Samoa 36 - projeto do renomado projetista/cruzeirista brasileiro Roberto "Cabinho" Barros e (muito bem) construído pelo Manolo. Desde então, o Ulisses e a Marcela vinham insistindo para curtirmos um final de semana com eles.

Como sempre fazemos quando o MYSTIC está em Angra, partimos pra lá no sábado de manhã. A programação era zarpar da marina do Condomínio Portogalo logo após o almoço, dar uma velejada pela parte leste da Baía da Ilha Grande, pernoitar na praia da Crena, na Enseada do Abraão e retornar no dia seguinte de manhã, após o café.

Eu já havia visto o Caulimaram quando fizemos juntos a travessia Angra x Rio do MYSTIC, em abril, mas mesmo assim, ao chegar no cais, fiquei impressionado com o porte do barco e seu bom estado. E era só o começo! O barco é completo! Roda de leme com um baita pilotão automático, estação de vento, ecobatímetro, conversor 12V x 110V, geladeira elétrica, TV (com antena externa), sanitário elétrico, guincho elétrico, 650  litros de água, boiler para banho quente e muito mais. Um verdadeiro hotel 5 estrelas.

Além de nós, também foram convidados para o passeio o Henrique e sua esposa, Luciana. Quando chegamos, eles já nos aguardavam a bordo. Enquanto o Ulisses e o Henrique trocavam as luminárias do barco por LEDs, eu fiquei brincando com o Gustavo no cockpit. É enorme minha felicidade ao ver que meu pequeno está plenamente adaptado à vida a bordo e já se desloca com desenvoltura pra lá e pra cá.

Já era hora do almoço e como a fome já estava falando mais alto, a Marcela preparou um prático macarrão com atum com molho de tomate que nos deu uma bela forrada no estômago.

Saímos da marina sob uma fraca brisa, de não muito mais que 8 nós, mas que ainda assim empurrava o Caulimaram, com suas 8 toneladas, a honestos 4,5 nós, num contravento folgado. Muito bom!!! Velejamos tranquilamente durante algumas horas até as proximidades da Enseada do Abraão. Ali o vento morreu de vez e não tivemos outro jeito senão terminar de chegar a motor. Nosso destino final foi a praia da Crena, na extremidade esquerda da Vila do Abraão, pra quem olha do mar.

Destino Ilha Grande
A praia da Crena fica no fundo de uma pequena enseada e, na minha opinião, é o lugar mais tranquilo do Abraão para fundeio e pernoite. Na sequência, baixamos o bote e remamos até a praia da Julia, onde o deixamos e seguimos a pé até a Vila, para comprar umas cervejas e outras coisas para o jantar e café da manhã do dia seguinte.

Tripulação reunida
A noite caiu e retornamos para o barco sob um céu parcialmente estrelado. Para o jantar as meninas prepararam pizza de frigideira e em seguida, para completar a noite, abrimos um vinho e comemos alguns tira-gosto. A temperatura estava extremamente agradável e eu resolvi dormir no cockpit, não por falta de cama, pois eu, Renata e o Gustavo ficamos alojados na cabine de popa, com sua enorme cama, para os padrões de um barco. Durante a noite ainda caiu uma leve chuva que deu um ar ainda mais preguiçoso a nossa estadia. Da proteção do dog-house emendado ao bímini eu ficava contemplando o som da chuva na água daquele recanto. Dormi...

O domingo amanheceu com o sol realçando a beleza do mar naquele pedaço de paraíso. A chuva da noite ajudou a realçar o verde da mata e deu um tom esvoaçado sobre a Vila. São cenários como esse que aliviam nosso estresse do dia a dia e que nos fazem acreditar que vale a pena preservar a natureza. A paz sentida nesses momentos quase sempre compensam o esforço para estar ali.

Vila do Abraão, vista de bordo
As horas avançavam e um compromisso em casa, para a hora do almoço nos obrigou a suspender logo após o café da manhã. Ainda não havia vento quando recolhemos a âncora do Caulimaram e, assim, fomos navegando num ritmo preguiçoso a motor mesmo, contemplando as belezas da região e com nossa proa apontada de volta para a marina Portogalo.

Nos despedimos de nossos amigos renovando promessas de um novo passeio, de preferência num dia com bastante vento, para podermos extrair todo o potencial que o Samoa 36 pode oferecer na vela. Retornamos para Niterói com a alma e as forças renovadas, com muitas imagens bonitas povoando nossas mentes, até que o passar do tempo as apague. Aí saberemos que é hora de voltar para mais um passeio no paraíso.


Bons Ventos.

Curiosidade...

Na hora do almoço

Explorando a enseada da Crena

"Olha o peixe, papai!!!"

Entrar e sair da cabine não foi problema

Vento fraquinho, fraquinho

Que onda, hein?!!!

Ulisses e Marcela - os anfitriões

"Posso "puxar", papai?"

6 comentários:

  1. Meu camarada, minha casa su casa, sempre um enorme prazer tê-los a bordo. Gostaria muito de tê-lo a bordo para ir para Noronha ano que vem, pelo monos algumas pernas

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    1. Com certeza, meu camarada!!!
      Você sabe que ando meio atolado, mas guarda meu lugar lá que pretendo fazer o máximo de pernas que puder.

      Bons Ventos

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  2. Boa tarde caro Lauro, vc não me conhece mais temos um amor comum.... o Mar e o Velejar.
    Fui proprietário do Mystic até 2009, quando chega aquela hora de escolher entre o casamento ou o barco. Fiz a escolha errada e fiquei com o casamento que veio naufragar alguns anos mais a frete. Fiquei muito contente eu saber que o Mystic está com um amante do Mar e que está sendo bem cuidado.
    Ele é um barco valente e com certeza vai te trazer muitas alegrias. Caro Lauro, continue publicando o diário do Mystic, pois desta maneira me sinto de volta velejando. Vc não sabe como alegra o meu coração ler este diário. Um grande abraço meu caro amigo.
    Atenciosamente
    Celso ( r.g.m@uol.com.br)

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    1. Prezado Celso,

      Sempre é muito bom encontrarmos com ex donos de nossos barcos! Dá para levantarmos a história deles e tenho certeza que você é parte importante na história do MYSTIC. Tenho vários recibos onde figura o seu nome. Irei em breve escrever-lhe, para conversarmos sobre o MYSTIC.

      Quanto à manutenção do Blog, na medida do possível, continuarei escrevendo. O barco, devagarzinho vou ajeitando. Eu comprei-o praticamente abandonado e estou reformando conforme é possível, entre uma velejada e outra. Ainda falta muita coisa para ficar do jeito que gosto, mas já está muito melhor do que quando comprei.

      Você mora onde? O barco fica no circuito Niterói / Angra e quem sabe não damos uma velejada juntos?

      Bons Ventos

      Lauro Valente

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    2. Caro Lauro,

      Eu comprei o Mystic do pessoal da SPRING BOAT ( Marcos ) em Bracuhy - Anga dos Reis.
      Ele ficou entre Guarujá e Bertioga, mais ia com bastante frequência para Ilha Bela .
      Fazia sempre a manutenção preventiva e corretiva.
      As maiores foram a retífica do motor e a troca do mastro e dos eletrônicos.
      Vc deve estar achando estranho, troca de mastro, mais um dia na poita do canal de Bertioga entrou uma rajada de vento muito forte que desfraldou a genoa e derrubou o mastro, foi um grande susto.
      Após um tempo, depois da venda do Mystic, eu o vi novamente na Marina da Glória. Já estava com um ar bem descuidado.
      Eu estou em São Paulo, mais vou com uma certa frequência para Paraty para acompanhar alunos no Check Out de mergulho.
      Vou procurar algumas fotos do Mystic para te enviar

      Abraços

      Celso

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    3. Caro Celso,

      Te mandei um e-mail privado para conversarmos mais sobre a história do MYSTIC. Baseado na nossa conversa, vou tentar escrever um artigo aqui no Blog.

      Bons Ventos

      Lauro Valente

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