Desde abril, quando trouxe o barco de Angra pra Niterói, tenho tentado ir ao clube pelo menos 1 vez por semana, mesmo que tenha que ser de noite, após o trabalho. A lista de afazeres é extensa e quase sempre que meto a mão pra fazer alguma coisa, sempre aparecem pequenas complicações que aumentam e atrasam o trabalho. Foi o caso da troca da bomba de porão e limpeza do poceto. Descobri uma válvula de retorno velha no meio do circuito. Pra retirá-la, acabei tendo que trocar a mangueira etc.
Os instrumentos, em foto na época em que estava comprando o barco. |
Hoje vou escrever um pouco sobre os eletrônicos e o desfecho positivo da operação de salvamento dos aparelhos.
Quando comprei o barco, os displays sequer acendiam. Eu não sabia se era somente um problema elétrico, se os aparelhos estavam queimados, ou mesmo se estavam devidamente instalados. Depois que superasse essa etapa, ainda seria necessário verificar se as informações chegavam corretamente dos sensores.
MYSTIC, já sem os instrumentos no painel sobre a cabine |
Os instrumentos acenderam, mas ... |
Na semana passada resolvi ir para o barco testar os aparelhos e acabar de uma vez por todas com minha inquietude. Com um multímetro, confirmei que chegava energia normalmente no painel externo, onde os displays estavam instalados, apesar dos pinos do conector estarem bastante oxidados. Na sequência, saí desmontando os acabamentos do teto da cabine, fuçando os paineiros etc e percorri todo o caminho desde os sensores até o dito painel. Os cabos estavam em bom estado e íntegros, além de não haver problema em suas conexões com os sensores, pelo fato de não haver conectores ali. O cerco estava se fechando.
... ainda sem marcar dados |
O próximo passo foi desmontar o painel e acessar os cabos lógicos (cabos que vem dos sensores). Já na semana seguinte a que comecei o trabalho e armado de um spray limpa contato, procurei fazer uma limpeza minuciosa dos conectores, bem como recuperar um ou outro que aparentavam estar com os pinos tortos. O grande momento enfim chegara: era hora de conectar tudo e ver se funcionavam.
A conexão foi um capítulo à parte: sem manual e com uma penca de cabos, quase todos iguais, como ligar sem errar? E se ligasse errado, queimaria os displays ou algum sensor? Na verdade, as ligações foram meio óbvias, pois quando segui os cabos, eu marquei qual era pra quê. Somente as ligações elétricas entre cada display requereu um pouco mais de atenção.
OK! Tudo ligado, era hora de testar! Energia ligada, os instrumentos funcionaram, para minha enorme alegria. Mas alguns minutos depois, as informações vindas dos sensores começaram a apresentar intermitência na marcação, ou seja, a sonda hora marcava corretamente, ora marcava uma profundidade louca. O wind marcava a direção do vento, mas não sua velocidade e o speed não poderia marcar nada mesmo, pois o sensor estava fora do casco.
A noite de trabalho se encerrou sem que eu conseguisse resolver o problema. Mesmo após desmontar tudo e limpar novamente os conectores e remontar novamente, desta vez no painel onde ficam, as informação continuaram truncadas. Fui pra casa com uma pontinha de frustração. O que poderia ser?
Ontem estive novamente no barco para subir no mastro e trocar a lâmpada do tope por LED e para tirar a biruta, que estava quebrada. Antes de começar a preparar a faina, liguei os eletrônicos e, para minha surpresa, eles funcionaram normalmente. Enquanto preparava a faina para subir, deixei tudo ligado, para verificar se o problema do meio de semana se repetiria. Para minha alegria, tudo funcionava. Quando eu ia subir no mastro, entrou um vento SW de uma pre-frontal que acabou por suspender minha faina, pois o barco balançava muito. Pelo menos foi bom para verificar que o wind parece ter ficado bom de vez. Ainda que com as unidades métricas desconfiguradas (estava em m/s, ao invés de nós), o aparelhinho marcou honestamente a velocidade e direção - 12 m/s, ou aproximadamente 24 nós. Com a tarde perdida mesmo, terminei de montar o painel e fui pra casa.
Mais uma vez, a lição que tiro disso tudo é a questão da falta de mão de obra especializada. Enquanto confiei no trabalho de um profissional, fiquei praticamente 2 anos sem os instrumentos. Com um pouco de estudo, paciência e crença de que tudo poderia dar certo, tive, eu mesmo, que meter a mão na massa e resolver o problema. Felizmente com um final feliz. Mais uma etapa cumprida e que venham as próximas.
Bons Ventos,
O sensor do wind, no tope do mastro |
A noite de trabalho se encerrou sem que eu conseguisse resolver o problema. Mesmo após desmontar tudo e limpar novamente os conectores e remontar novamente, desta vez no painel onde ficam, as informação continuaram truncadas. Fui pra casa com uma pontinha de frustração. O que poderia ser?
Tudo funcionando, mas com marcações irreais |
Ontem estive novamente no barco para subir no mastro e trocar a lâmpada do tope por LED e para tirar a biruta, que estava quebrada. Antes de começar a preparar a faina, liguei os eletrônicos e, para minha surpresa, eles funcionaram normalmente. Enquanto preparava a faina para subir, deixei tudo ligado, para verificar se o problema do meio de semana se repetiria. Para minha alegria, tudo funcionava. Quando eu ia subir no mastro, entrou um vento SW de uma pre-frontal que acabou por suspender minha faina, pois o barco balançava muito. Pelo menos foi bom para verificar que o wind parece ter ficado bom de vez. Ainda que com as unidades métricas desconfiguradas (estava em m/s, ao invés de nós), o aparelhinho marcou honestamente a velocidade e direção - 12 m/s, ou aproximadamente 24 nós. Com a tarde perdida mesmo, terminei de montar o painel e fui pra casa.
Mais uma vez, a lição que tiro disso tudo é a questão da falta de mão de obra especializada. Enquanto confiei no trabalho de um profissional, fiquei praticamente 2 anos sem os instrumentos. Com um pouco de estudo, paciência e crença de que tudo poderia dar certo, tive, eu mesmo, que meter a mão na massa e resolver o problema. Felizmente com um final feliz. Mais uma etapa cumprida e que venham as próximas.
Bons Ventos,