sexta-feira, 21 de outubro de 2011

CONVERSANDO COM A ALMA

Meu amigo Luciano Guerra, comandante do veleiro Araiti - um belíssimo Velamar 31, ano 2007 me convidou, semanas atrás, para integrar a tripulação do seu barco na regata Angra x Rio. Esse é um trecho da costa brasileira que conheço bem e que adoro passar por ali, de maneira que não poderia deixar de ir.

Os dias foram se passando e com a proximidade da regata (largada no dia 22/10), a ansiedade foi aumentando e a alegria de voltar a navegar naquele trecho é cada vez maior.

O Araiti em ação no Circuito Niterói - 2010, em foto de Fred Hoffmann
 Mas outro sentimento também tomou conta do meu coração nesses dias e que tem me feito refletir profundamente:

Desde que meu filho nasceu, tenho procurado ficar em casa, dando o máximo de apoio que posso e suporte à minha esposa e cuidando do bebê. Nessa nova etapa da minha vida, dentro de mim, flui naturalmente a vontade de velejar e fazer minhas travessias, apesar de ainda não ter feito nenhuma, desde que ele nasceu.

Agora que efetivamente irei me ausentar para fazer uma travessia, mesmo curta e próxima de casa, ao saber que onde estarei não poderei largar tudo e correr em seu socorro, algo diferente está me consumindo. E acho que já tenho o diagnóstico: estou morrendo de saudade dele antes mesmo de me afastar.

O sentimento é bastante esquisito, pois a vontade de velejar está lá, latente, e estou feliz por essa oportunidade, mas a vontade de estar com aquele "pouquinho" de gente, balbuciando seu idioma e sorrindo pra mim também é igualmente forte.

A coisa mais linda e importante deste mundo
Ontem de noite, em casa, com meu pequeno no colo e dando-lhe mamadeira, eu já não cabia dentro de mim de aperto no coração. Hoje foi difícil trabalhar. Estou procurando me confortar, tentando convencer a mim mesmo que a distância será boa para aumentar a saudade (como se a minha já não fosse suficiente)... Acho que isso será bom para me estimular a caprichar mais na regulagem do barco e andar mais. Só assim chegarei mais cedo em casa e agarrarei meu filhote.

Estou descobrindo mais uma forma de amar e um novo sentido para a minha vida. Que responsabilidade! Que prazer! Que alegria!

Que venham os adversários!!!

Bons Ventos



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3 comentários:

  1. Lauro, belíssimo relato ! Me identifiquei muito, pois tenho dois, um de treze e uma de dez e, quando eles eram menores (e até hoje), sinto um aperto de saudade quando estou longe deles, especialmente no mar.

    Meu filhote agora com 13, veleja optimist (por sinal, muito melhor que eu, o que não é muito difícil).

    Parabéns.
    Euchério

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  2. Euchério,

    Estou vivendo uma nova fase da minha vida, caminhando em plena adaptação, entre tudo que fazia antes e agora tentar fazer, tendo que (e querendo) estar mais presente em casa também.

    Tem sido difícil conciliar tudo, mas estou sobrevivendo. (rs)

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  3. Lauro, amei o relato. Pude curtir cada momento que você descreveu. Que saudade de velejar, que saudade de vocês, obrigada!!! Mas, sem dúvida, seu filhote é o ponto alto do seu blog! Beijos em vocês todos!!!!
    lila

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